quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Olha a obra do professor e poeta Adelmo vasconcelos

janeiro 30, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
CONJUGANDO VERBOS

Eu falo só a verdade
Tu falas de liberdade
Ele fala de segredos;
Nós falamos de perdão
Vós falais da compaixão
Eles falam sobre medos.

Eu vejo o céu escuro
Tu vês o fruto maduro
Ele vê sonhos sonhados;
Nós vemos azar e sorte
Vós vedes um novo norte
Eles veem resultados.

Eu ouço a sinfonia
Tu ouves pornofonia
Ele ouve o som do mar;
Nós ouvimos fortes ventos
Vós ouvis ensinamentos
Eles ouvem trovejar.

Eu ponho pratos na mesa
Tu pões gestos de nobreza
Ele põe o pé na rua;
Nós pomos verbos nas frases
Vós pondes textos sem crases
Eles põem sombras na lua.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Falou quem sabe o que fala: Aderaldo Luciano (extraído do facebook)

janeiro 22, 2014 Por Alexandre Morais 1 comentário
 
    Auto referenciação à guisa de introdução: — O aparecimento de um novo autor de cordel é motivo de festa e reflexão. Festa porque mais um se vê tocado pela seta cavilosa cordelial. Reflexão para discernir entre o "aventureiro", aquele que não tem compromisso com a arte; o "aproveitador", aquele que pega carona no poderio lúdico cordelístico para nutrir seu próprio egoísmo; o "experimentador", poeta que quer beber na fonte cordeliana e nela se banhar para sentir sua textura, profundidade e temperatura; o "pranteador filantrópico", que chora o fim do cordel e diz que quer ajudar a manter a arte viva; o "ignorante condenado ao inferno", aquele que pensa que conhece a arte, imagina que detém a força poética, zomba dos outros poetas e aproveita qualquer brecha para aparecer e tentar ganhar uns trocados com seus folhetos malacabados; e, por fim, o "escolhido", aquele que vem cumprir a sina, vestir-se de paladino, lutar a luta mais vã, sonhar e realizar. É o que fica. Todos nós que lidamos com o cordel nos deparamos com uns e com outros, sempre.
 
      Há algum tempo fiz uma observação e a complementei com algumas interrogações: — O romance sumiu do cordel. O cordel de gracejo, o cordel pedagógico, o cordel das adaptações estão tomando o lugar das pelejas, dos romances, das aventuras originais. Os cordéis sobre seu Lunga, sobre o peido, sobre a bunda, sobre o chifre, etc. são best-sellers. Mas e os romances? Quem tem fôlego para o cordel original? Motivos não faltam. Faltarão poetas? — Atento a esse questionamento, Felipe Júnior, aproveitando minha passagem pelo Recife, durante a Bienal do Livro, aparteou-me e disse-me: — Tu não querias um romance? Olhaí? — E que belo texto encontrei, porque Felipe narra, descreve e reflete a vida sem perder a poesia, utilizando-a como ferramente para engrandecer sua obra. O Romance de Maria e Ezequiel ou O Grande Golpe do Destino cumpre todos os quesitos do romance cordelístico, aliás, o destino tem sido, desde a fundação, o tema base dos romances. Felipe, com maestria de quem não é novato (vide a breve introdução no início do post) divide o seu relato exatamente como o fizeram os pais do cordel brasileiro: na primeira estrofe faz a proposição, apresentando uma tese a ser defendida durante a narração; nas próximas 9 estrofes apresenta os personagens (Antonio Justino e sua mulher Helena, o coronel João Arraes e os protagonistas Ezequiel e Maria Luiza); por volta da estrofe 10 nos oferece a chave para todo o desenrolar da ação:

Antonio e Helena viram
Que pra ter felicidade
A menina precisava
De pai e mãe de verdade
E, portanto, a entregaram
Ao coronel da cidade.
        A partir daí, o sofrimento dos pais que não podiam criar uma criança por falta total de condições econômicas e sociais é esmiuçado para que os pobres leitores deixemos nascer dentro de nós os pactos ficcionais que nos fazem simpatizar com uns personagens e antipatizar com outros. O narrador de Felipe é um intrometido que sabe tudo o que vai pelo coração dos personagens, prevê os seus atos, lê seus pensamentos e oferece uma leitura própria do mundo. Assim, de vez em quando, ele interrompe a narrativa para nos dar uma reflexão:

O grande golpe da vida
É necessário esquecer,
Pois por mais que ele nos fira
Ou que nos faça sofrer
Temos que buscar na vida
Um motivo pra viver.

De novo:

Entretanto quando o homem
Já se sente muito esperto,
A vida vem e coloca
Seu destino como incerto
Deixando um grande buraco
No seu coração aberto.

E novamente:

A vida nos mostra fatos
Que quer vê pede clemência,
Mas quando temos razão
E se agirmos com prudência
Pra ter um bom resultado
Baste termos persistência.
 
       Esses três momentos reflexivos do narrador são as marcas para anunciar a mudança de ação e erguer novos cenários. A primeira, marca o preenchimento da lacuna da perda da filha com o anúncio do nascimento de Ezequiel; a segunda, corta para o fato que transformará a vida de todos os personagens e o aparecimento de outros personagens coadjuvantes: o casamento de uma linda donzela que tocará o coração de Ezequiel; e a terceira, nos traz o clímax da narrativa (que deixarei em aberto para que você, meu nobre leitor, contacte o autor e peça um exemplar do romance).
 
        Felipe Júnior é um professor de Filosofia, mas em sua base é um poeta repleto de virtudes e atuações. Lá no Recife é figura presente na cena cultural. Com esse romance, trilha o caminho da Geração Princesa, dialoga com a Geração Prometida e consolida-se meio à Geração Coroada do Cordel Brasileiro, esta que perfaz a contemporaneidade cordelística. Felipe é um escolhido.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Oh a lapa de verso!

janeiro 21, 2014 Por Alexandre Morais 1 comentário

 



                      A saudade é a bagagem
                      Que a distância faz transporte
                      E é no trem da ilusão
                      Que ela busca sempre um norte
                      Mas na hora da partida
                      Ao invés de dividida
                      Fica com quem não tem sorte.

                         < Erivoneide Amaral >

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um cordel de Patativa e um cordel animado

janeiro 20, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
O sabiá e o gavião
(Patativa do Assaré)

Eu nunca falei à toa.
Sou um cabôco rocêro,
Que sempre das coisa boa
Eu tive um certo tempero.
Não falo mal de ninguém,
Mas vejo que o mundo tem
Gente que não sabe amá,
Não sabe fazê carinho,
Não qué bem a passarinho,
Não gosta dos animá.

Já eu sou bem deferente.
A coisa mió que eu acho
É num dia munto quente
Eu i me sentá debaxo
De um copado juazêro,
Prá escutá prazentêro
Os passarinho cantá,
Pois aquela poesia
Tem a mesma melodia
Dos anjo celestiá.

Não há frauta nem piston
Das banda rica e granfina
Pra sê sonoroso e bom
Como o galo de campina,
Quando começa a cantá
Com sua voz naturá,
Onde a inocença se incerra,
Cantando na mesma hora
Que aparece a linda orora
Bejando o rosto da terra.

O sofreu e a patativa
Com o canaro e o campina
Tem canto que me cativa,
Tem musga que me domina,
E inda mais o sabiá,
Que tem premêro lugá,
É o chefe dos serestêro,
Passo nenhum lhe condena,
Ele é dos musgo da pena
O maiô do mundo intêro.

Eu escuto aquilo tudo,
Com grande amô, com carinho,
Mas, às vez, fico sisudo,
Pruquê cronta os passarinho
Tern o gavião maldito,
Que, além de munto esquisito,
Como iguá eu nunca vi,
Esse monstro miserave
É o assarsino das ave
Que canta pra gente uví.

Muntas vez, jogando o bote,
Mais pió de que a serpente,
Leva dos ninho os fiote
Tão lindo e tão inocente.
Eu comparo o gavião
Com esses farão cristão
Do instinto crué e feio,
Que sem ligá gente pobre
Quê fazê papé de nobre
Chupando o suó alêio.

As Escritura não diz,
Mas diz o coração meu:
Deus, o maió dos juiz,
No dia que resorveu
A fazê o sabiá
Do mió materiá
Que havia inriba do chão,
O Diabo, munto inxerido,
Lá num cantinho, escondido,
Também fez o gavião.

De todos que se conhece
Aquele é o passo mais ruim
É tanto que, se eu pudesse,
Já tinha lhe dado fim.
Aquele bicho devia
Vivê preso, noite e dia,
No mais escuro xadrez.
Já que tô de mão na massa,
Vou contá a grande arruaça
Que um gavião já me fez.

Quando eu era pequenino,
Saí um dia a vagá
Pelos mato sem destino,
Cheio de vida a iscutá
A mais subrime beleza
Das musga da natureza
E bem no pé de um serrote
Achei num pé de juá
Um ninho de sabiá
Com dois mimoso fiote.

Eu senti grande alegria,
Vendo os fíote bonito.
Pra mim eles parecia
Dois anjinho do Infinito.
Eu falo sero, não minto.
Achando que aqueles pinto
Era santo, era divino,
Fiz do juazêro igreja
E bejei, como quem bêja
Dois Santo Antõi pequenino.

Eu fiquei tão prazentêro
Que me esqueci de armoçá,
Passei quage o dia intêro
Naquele pé de juá.
Pois quem ama os passarinho,
No dia que incronta um ninho,
Somente nele magina.
Tão grande a demora foi,
Que mamãe (Deus lhe perdoi)
Foi comigo à disciprina.

Meia légua, mais ou meno,
Se medisse, eu sei que dava,
Dali, daquele terreno
Pra paioça onde eu morava.
Porém, eu não tinha medo,
Ia lá sempre em segredo,
Sempre. iscondido, sozinho,
Temendo que argúm minino,
Desses perverso e malino
Mexesse nos passarinho.

Eu mesmo não sei dizê
O quanto eu tava contente
Não me cansava de vê
Aqueles dois inocente.
Quanto mais dia passava,
Mais bonito eles ficava,
Mais maió e mais sabido,
Pois não tava mais pelado,
Os seus corpinho rosado
Já tava tudo vestido.

Mas, tudo na vida passa.
Amanheceu certo dia
O mundo todo sem graça,
Sem graça e sem poesia.
Quarqué pessoa que visse
E um momento refritisse
Nessa sombra de tristeza,
Dava pra ficá pensando
Que arguém tava malinando
Nas coisa da Natureza.

Na copa dos arvoredo,
Passarinho não cantava.
Naquele dia, bem cedo,
Somente a coã mandava
Sua cantiga medonha.
A menhã tava tristonha
Como casa de viúva,
Sem prazê, sem alegria
E de quando em vez, caía
Um sereninho de chuva.

Eu oiava pensativo
Para o lado do Nascente
E não sei por quá motivo
O só nasceu diferente,
Parece que arrependido,
Detrás das nuve, escondido.
E como o cabra zanôio,
Botava bem treiçoêro,
Por detrás dos nevoêro,
Só um pedaço do ôio.

Uns nevoêro cinzento
Ia no espaço correndo.
Tudo naquele momento
Eu oiava e tava vendo,
Sem alegria e sem jeito,
Mas, porém, eu sastifeito,
Sem com nada me importá,
Saí correndo, aos pinote,
E fui repará os fiote
No ninho do sabiá.

Cheguei com munto carinho,
Mas, meu Deus! que grande agôro!
Os dois véio passarinho
Cantava num som de choro.
Uvindo aquele grogeio,
Logo no meu corpo veio
Certo chamego de frio
E subindo bem ligêro
Pr’as gaia do juazêro,
Achei o ninho vazio.

Quage que eu dava um desmaio,
Naquele pé de juá
E lá da ponta de um gaio,
Os dois véio sabiá
Mostrava no triste canto
Uma mistura de pranto,
Num tom penoso e funéro,
Parecendo mãe e pai,
Na hora que o fio vai
Se interrá no cimitéro.

Assistindo àquela cena,
Eu juro pelo Evangéio
Como solucei com pena
Dos dois passarinho véio
E ajudando aquelas ave,
Nesse ato desagradave,
Chorei fora do comum:
Tão grande desgosto tive,
Que o meu coração sensive
Omentou seus baticum.

Os dois passarinho amado
Tivero sorte infeliz,
Pois o gavião marvado
Chegou lá, fez o que quis.
Os dois fiote tragou,
O ninho desmantelou
E lá pras banda do céu,
Depois de devorá tudo,
Sortava o seu grito agudo
Aquele assassino incréu.

E eu com o maiô respeito
E com a suspiração perra,
As mão posta sobre o peito
E os dois juêio na terra,
Com uma dó que consome,
Pedi logo em santo nome
Do nosso Deus Verdadêro,
Que tudo ajuda e castiga:
Espingarda te preciga,
Gavião arruacêro!

Sei que o povo da cidade
Uma idéia inda não fez
Do amô e da caridade
De um coração camponês.
Eu sinto um desgosto imenso
Todo momento que penso
No que fez o gavião.
E em tudo o que mais me espanta
É que era Semana Santa!
Sexta-fêra da Paixão!

Com triste rescordação
Fico pra morrê de pena,
Pensando na ingratidão
Naquela menhã serena
Daquele dia azalado,
Quando eu saí animado
E andei bem meia légua
Pra bejá meus passarinho
E incrontei vazio o ninho!
Gavião fí duma égua!

Olha a criatividade do João Alderney!

janeiro 20, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
PREZADOS, SAUDAÇÕES.


Dois mil e quatorze de Copa e Eleição
aos bardos e amigos, desejo, e aos seus
paz e inspiração, com a graça de Deus,
quer na Capital, mata, agreste ou sertão
de sobra, saúde e dinheiro na mão
criei as MANCHETES, vão, pra relaxar
curtindo o amor sob a luz do luar
progresso da Pátria, seu povo contente
Brasil Campeão e um bom Presidente
patrícios cantando na beira do mar!

Abraços, João Alderney.

 
MANCHETES

Morreu de cirrose alcoólica, o médico
caiu da estrutura do prédio, o engenheiro
juiz de direito foi preso em flagrante
tem intolerância à lactose, o leiteiro

comprou chapa nova o dentista banguelo
o dono do açougue é vegetariano
veículo em chamas, levava bombeiros
é ateu-comunista o pai do franciscano

coveiro, atendido, tem corpo cremado
palhaço do circo está com depressão
é elétrico o carro do dono do posto
sineiro da igreja perdeu a audição

o jóquei não sabe andar de bicicleta
escada ruiu sobre o ascensorista
o guia do cego está com catarata
excede em fedor de cigarro, o florista

o cão atacou domador de leões
na Sena, enriquece o cambista ao sonhar
não teve direito, o advogado, a habeas corpus
convicto abstêmio, o dono do bar

é imberbe e careca o barbeiro da esquina
no Pão de Açúcar, infarta um padeiro
pintor de paredes pichou a escultura
no banco dos réus senta, hoje, um banqueiro

o Padre mexeu, no xadrez, com o bispo
filósofo mata a mulher, infiel
o guarda-noturno não dorme de dia
é irônica a vida... e às vezes cruel!

De: João Alderney, em dezembro ano treze.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Histórias narram o Pajeú a partir de seus poetas

janeiro 17, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários

 
     A poesia e a história do rio Pajeú contadas por quem melhor entende do assunto: os poetas. Este é o mote do livro “O rio que não passa” que será lançado no Gabinete Português de Leitura, dia 23, a partir das 19h. Com fotos de Tuca Siqueira e textos de Inácio França, Cida Pedrosa e Alexandre Ramos, a obra é uma compilação de 26 histórias coletadas em 2010/2011 com poetas reconhecidos e anônimos, jovens e consagrados.

   É muita gente com história para contar e o rio permeia a poesia e a vida dos poetas. Passagens que não constam na história oficial, mas que revelam muito mais que a própria história. Foram tais poetas que a equipe de “O rio que não passa” buscou.



   Com o objetivo de resgatar e documentar histórias da relação entre o rio Pajeú, a poesia e a vida dos poetas, a equipe conversou com dezenas de pessoas até chegar as 26 histórias que compõem o livro. São relatos que, nas suas entrelinhas, contam detalhes sobre os municípios, a economia e a história local, a convivência com o semiárido, relações de trabalho, festas populares, entre outros aspectos. Para coletar os relatos que foram publicados em “O rio que não passa”, a equipe de produção passou pelos municípios de Brejinho, Itapetim, São José do Egito, Tabira, Tuparetama, Carnaíba, Flores, Serra Talhada, Afogados da Ingazeira e Floresta. Todos os municípios cortados pelo rio.



   “Talvez seja um caso bem singular onde a população se identifica a partir do vale de um rio, revelando a força do território, da poesia e da relação entre ambos e ainda destacam para os que chegam: Bebendo da água daqui, serás contaminado pela poesia”; afirma Alexandre Ramos, coordenador do projeto na apresentação da obra.

   O trabalho de pesquisa para a construção do livro começou ainda em 2010 com a pesquisa e identificação dos poetas. “Isso nos deu um grande número de entrevistas e a possibilidade de selecionar as melhores e mais interessantes histórias”, confessou Inácio França, autor. Nos depoimentos publicados, foram mantidos os cacoetes e gírias. Expressões muito usadas por pessoas mais humildes ou de cidades mais distantes, às vezes muito incomuns no nosso cotidiano, mas que revelam uma riqueza cultural sem fim. “Preferimos manter essas palavras e até a forma como elas foram colocadas durante as conversas porque elas preparam o ouvinte para o que vai vir. Elas ajudam a criar um Elas ajudam a criar um clima”, diz Inácio.

   As fotos de Tuca Siqueira dão vida aos personagens que vamos conhecendo ao longo do livro. Os Josés e Joões, Anitas e Marluces vão ganhando forma e cor, além de uma identidade única na sua relação com o rio Pajeú. “Em muitos casos, eu preferi ir depois que era realizada a entrevista para não me prender a essa questão do fotojornalismo. Eu queria fazer fotos que falassem mais que uma única situação ou um único momento”, revela a fotografa.


   “O rio que não passa” foi aprovado no edital do Funcultura 2009 e tem o apoio da Secretaria Estadual de Cultura e Fundarpe. Durante o lançamento, os poetas participantes narrarão trechos do livro.


Serviço:
 
Lançamento do livro “O rio que não passa”
Local - Gabinete Português de Leitura, Rua do Imperador Pedro II, 290, Santo Antônio, Recife/PE
Data - 23 de janeiro de 2014
Horário - 19h

Divulgado o calendário de capacitações para o edital Funcultura Independente

janeiro 17, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
   Para difundir o edital e capacitar sobre elaboração de projetos culturais, a Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (SECULT-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (FUNDARPE) realizam, a partir desta segunda-feira (20/01), mais um ciclo de oficinas por todo o Estado de Pernambuco sobre o edital Funcultura Independente 2013/ 2014. De 20 de janeiro até 06 de fevereiro, as equipes de formação ministram 43 oficinas, sendo 12 segmentadas por linguagem artística/área cultural e uma específica sobre acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiência. A iniciativa irá contemplar todas as 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado (RDs), passando por 31 municípios, incluindo a realização de oficinas em comunidades quilombolas e territórios indígenas. A participação nas oficinas é gratuita e não há necessidade de inscrição prévia. Ao final da capacitação, os participantes receberão certificados.

Veja mais em  http://www.fundarpe.pe.gov.br/divulgado-o-calendario-de-capacitacoes-para-o-edital-funcultura-independente-20132014

Sai primeiro resultado do Programa Mais Cultura nas Escolas

janeiro 17, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
    A Comissão Interministerial de Avaliação do Programa Mais Cultura nas Escolas já selecionou 1.001 projetos de Plano de Atividades Culturais que serão desenvolvidos nas escolas públicas do ensino fundamental e médio em todo o país.
    De acordo com levantamento feito pelos ministérios da Cultura, da Educação e do Desenvolvimento Social tendo como base as escolas habilitadas para participarem do Mais Cultura nas Escolas, 67% das 14,3 mil escolas habilitadas para participar do Programa – criado por meio de parceria entre os ministérios da Cultura e da Educação – têm a maioria de seus alunos beneficiados pelo Programa Bolsa Família.
   "O Programa Mais Cultura nas Escolas será um projeto inclusivo e, tendo em vista a necessidade de ampliar o acesso à cultura, de modo especial entre as camadas mais pobres da população, o processo de seleção priorizou a avaliação dos Planos de Atividade oriundos dessas escolas", informa a secretária substituta de Políticas Culturais e diretora de Educação e Comunicação para a Cultura do MinC, Juana Nunes.
 
Três etapas
    Ela informa ainda que, em razão do grande número de projetos habilitados e para não atrasar o calendário de execução do Programa, o processo de divulgação dos selecionados será feito em etapas. "Vamos divulgar os selecionados em três etapas: a primeira agora, a segunda em fevereiro e, a última em março", esclarece Juana Nunes. Ainda de acordo com ela, a lista dos Planos de Atividade Cultural selecionados será publicada pelo MinC, pelo MEC e encaminhada ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC), órgão responsável pelo repasse dos recursos.
    Cada projeto selecionado receberá entre R$ 20 mil e R$ 22 mil do Programa Dinheiro Direto na Escola do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. O valor será calculado conforme o número de alunos matriculados na escola. O recurso deverá ser investido na  contratação de serviços culturais relacionados às atividades artísticas e pedagógicas.
  O investimento, na primeira etapa do Programa Mais Cultura nas Escolas será de R$ 100 milhões e as atividades que forem selecionadas vão acontecer nas escolas habilitadas para participar durante o ano de 2014. O Programa prevê o desenvolvimento das atividades - que poderão acontecer dentro ou fora da escola - durante o ano letivo, por no mínimo 6 meses.
    O Mais Cultura Nas Escolas pretende potencializar processos de ensino e aprendizado por meio da democratização do acesso à cultura e da integração de práticas criativas e da diversidade cultural brasileira à educação integral.
 
Cronograma de Divulgação dos Projetos Selecionados:
 
10 de Janeiro/2014 10 de Fevereiro/2014 10 de Março/2014
 
Confira aqui a lista dos primeiros 1.001 projetos aprovados.
Confira aqui a segunda lista dos primeiros 1.001 projetos aprovados. 


(Texto: Heli Espíndola/Ascom/SPC/MinC)

Outra vez Pompílio

janeiro 17, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
Pru quê?
                                    < Pompílio Diniz >


Pru quê tu chora, pru quê?
 Pru quê teu peito saluça
e o coração se adebruça
nos abismo do sofrê?
Tu pode me arrespondê?
Pru quê tua arma suzinha
pelas estrada caminha
sem aligria mais tê?

Pru quê teus óio num vê
e o coração não escuita
no sacrificio da luita
este cunvite a vivê?
Eu te prugunto, pru quê?
pru quê teus pé já sangrando
cuntinua caminhando
pela estrada do sofrê?

Pru quê tua boca só fala
das coisa triste da vida
que muita veiz esquecida
dentro do peito se cala?
quando o amô prefume exala
pru quê tu mata a simente
dessa aligria inucente
que no seu sonho se embala?

Pru quê que teu coração
é cumo um baú trancado
e dento dele guardado
só desespero e afrição
Pru quê num faiz meu irmão
uma limpeza la dentro
varrendo cô pensamento
os ispim da mardição?

Pru quê tu véve agarrado
nas asa desse caixão
que carrega a assumbração
desse difunto, o passado?
Se tu já véve cansado,
interra todo o trumento
na cova do isquicimento
pra nunca mais sê lembrado

Despois disso, vem mais eu...
vem ouví pelas estrada
o canto da passarada
que em seu peito imudeceu.
escuita a vóz das cascata,
chêra o prefume das mata,
óia os campo, tudo é teu...

Aprende côs passarim
que só tem vóz pra canta
com o sor que nasce cedim
e vem teu frio esquentá
Óia as estrela, o luar
mas antes de tu querê
isso tudo arrecebê
aprende primeiro...
a dá.

janeiro 17, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários

O preguiçoso

janeiro 17, 2014 Por Alexandre Morais Sem comentários
 

     Que muita gente considera poeta preguiçoso, não é coisa de hoje. Aliás, toda classe artística sofre este "preconceito". Mas não é que o sentimento tem alcançado outros classes trabalhadoras!
    Hoje mesmo encontrei com Chagas, em Carnaíba, e conversa vai, conversa vem, lembrei de outras duas conversas pra trocarmos risadas.

     Uma foi tirada de um filme da série "Ai que vida" da criativa turma do Piauí. O cabra era da roça, mas relaxado de não tanger uma mosca da própria boca. Coincidência ou não, gostava de fazer uns versinhos... Não deu outra, só levava nome de preguiçoso. Chegou o tempo das eleições municipais e o caboco teve a brilhante ideia de se candidatar e vereador. O primeiro incentivo foi o da esposa:
     - Taí! Agora deu certo! Com a preguiça que tu tem só serve pra ser poeta e vereador, mesmo!

    A outra é da lavra do próprio Chagas. Esse bonito comprou um galo arretado que só esse aí da foto. Levou pra casa e começou a estudar o comportamento do penoso. Aí me relatou:
     - O bicho só desce do poleiro 9 horas do dia. Não canta, não corre atrás da galinha e ainda ontem eu tive que desenganchá-lo que o infeliz ficou pendurado pelo pé numa galha de pau. Ôh bicho pra num servir pra nada!
     Eu dei margem à história:
     - E aí?
     Ele disse:
     - Botei o nome dele de vereador.